“O FRUTO BROTANDO VIDA”: POÉTICAS NEGRAS
DOI:
https://doi.org/10.56814/lel.v10i1.2244Resumo
As poéticas de autoria de mulheres negras no Brasil repercutem em suas “falas-escritas” as condições e posições sócio-históricas e culturais dos sujeitos e sujeitas negras sobre as quais podemos refletir não apenas sobre os impactos dos mecanismos de poder e eliminação que recaem nos corpos negros, mas também sobre a potencialidade de existências em gestos e ações para protagonizar seus feitos no mundo. São escritas que insurgem, especialmente, a partir dos anos 1980, com o advento de Cadernos Negros, no cenário de reconsolidação das lutas dos movimentos negros. Este artigo pretende apresentar de que forma os poemas de Geni Guimarães, poeta e contista negra brasileira, revelam e desestabilizam os mecanismos de controle sobre a voz e corpo negros, que o racismo e a necropolítica tendem a negar e/ou eliminar. Os poemas nos convocam a pensar sobre os gestos e atos poéticos insurgentes imbuídos de cosmopercepções negras femininas a tecer outras dimensões de existir que constituem uma literatura negra, afro-brasileira ou afrodescendente a se consolidar perenemente e a destituir os efeitos das “vidas blasfemas”. Tais reflexões estabelecem diálogos com as ideias de Achille Mbembe (2014), Daiana Nascimento dos Santos (2024), Toni Morrison (2019) e Miriam Alves (2022).
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