A INFORMATIVIDADE NO ETHOS MULTI(FACE)TADO DO SAMBA-ENREDO: MEU DEUS, MEU DEUS, ESTÁ EXTINTA A ESCRAVIDÃO?: POR UMA CORRELAÇÃO AMPLIADORA DA NOÇÃO DE INFORMATIVIDADE DA LINGUÍSTICA TEXTUAL

Resumo

RESUMO: O conceito de informatividade trabalhado pela Linguística Textual parece que é pouco problematizado a fim de se descobrirem ligações com outros elementos teórico-analíticos da linguagem. No geral, é reservado à informatividade o entendimento de que diz sobre a distribuição de informações ao longo da superfície textual. Apura-se o grau de informatividade, que varia entre alto, médio e baixo, a depender do conhecimento prévio do leitor do texto. No entanto, acreditamos a informatividade ser um fator textual potencialmente discursivo porque é possível percebê-lo como o responsável pela criação de um ethos discursivo em relação ao qual o sujeito do discurso projeta sua face. Partimos da compreensão centrada no texto para dizer de um sujeito que nasce de sua articulação linguístico-discursiva. Esse sujeito não é mais o autor do texto, mas sim um sujeito do discurso, cujo contorno é traçado pelas informações que enuncia. Neste artigo, analisaremos um samba-enredo. Traremos o samba-enredo da escola de samba Paraíso do Tuiuti, no ano de 2018, como material significativo com que queremos demonstrar a possibilidade de se ampliar a noção de informatividade, correlacionando a ela a noção de ethos e de face. Para o aporte teórico deste trabalho, contaremos, sobretudo, com os entendimentos de Koch (2009), Marcuschi (2008), sobre a Linguística de Texto, de Amossy (2016), sobre ethos, de Goffman (1985, 2011), sobre face, e de Farias (2002), sobre a linguagem do samba-enredo. Com isso, temos a intenção de contribuir com os estudos de texto, donde destacamos o fator da informatividade.