Mulheres do Rio – a relação das pescadoras com o “Velho Chico” em Pirapora – MG
DOI :
https://doi.org/10.56814/geosertoes.v4i7.1283Mots-clés :
Geografia Humana, Meio Ambiente.Résumé
O recorte espacial da pesquisa contemplou o trecho da margem direita do "Velho Chico", em Pirapora/MG, desde a Ponte Marechal Hermes até a área do antigo confinamento da Fazenda da Prata, onde se localiza a Z-01, colonia de pesca criada por um grupo de mulheres ribeirinhas.As margens do São Francisco em Pirapora carregam em sua história a luta das mulheres ribeirinhas, em sua grande parte atuando concomitantemente na atividade pesqueira e na lavra da terra. Nesse sentido, o objetivo do seguido texto foi desvelar o protagonismo destas mulheres no processo produtivo local e no autossustento familiar, entendido aqui como um movimento de resistência e empoderamento atrelado à geografia do rio. A partir de uma pesquisa bibliográfica-documental e da coleta de dados primários foi possivel reconhecer a íntima relação e dependência desse grupo social relevante com o São Francisco. Cabe destacar a capacidade de organização dessas atoras, bem como os saberes e fazeres tradicionais que elas sustentam como base da coletividade no território da Z-01, configuração essa que traduz a relação estreita entre a história e a geografia de um lugar peculiar às margens do “velho rio”.
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