A GEOGRAFIA CRÍTICA: UM OLHAR SOBRE A DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA
DOI:
https://doi.org/10.56814/geosertoes.v5i10.1532Palabras clave:
Ensino Geográfico, Geografia Crítica, DiversidadeResumen
A Geografia tem contribuído com análises que vão do local ao global, investigando as inter-relações nos micro e macroespaços perpassando por reflexões mais objetivas ou subjetivas, conforme suas diversas concepções geográficas. Nessa perspectiva, a Geografia Crítica traz contribuições importantes aos referidos estudos, mas ainda precisa avançar nas discussões sobre as relações de poder nos microespaços. Como também, a Geografia Escolar continua usando processos pedagógicos mnemônicos, desvinculados da realidade dos estudantes, a partir de análises de espaços distantes. Dessa forma, o presente trabalho, tem o objetivo de verificar como algumas normatizações e documentos curriculares ressaltam sobre as diversidades, através das relações nos microespaços, envolvendo especificamente indígenas, negros e mulheres, e como a Geografia Crítica pode contribuir com essas reflexões através da disciplina escolar. Utilizamos no percurso metodológico a análise de conteúdo a partir de estudos sobre algumas legislações que enfocam fatos educacionais e tratam de aspectos da diversidade, além de duas propostas curriculares: os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de Geografia. As normatizações e documentos curriculares que tratam sobre estes temas trouxeram avanços e retrocessos conforme as políticas educacionais implementadas no Brasil nas últimas décadas. Assim a Geografia Crítica, como fortalecedora da geografia militante, precisa ampliar suas análises sobre tais temáticas, influenciando os espaços educacionais e contribuindo para a formação cidadã comprometida com as mudanças socioespaciais.
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