A QUESTÃO RACIAL E A GEOGRAFIA ESCOLAR CRÍTICA: CAMINHOS PARA UMA EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA
DOI:
https://doi.org/10.56814/geosertoes.v5i10.1657Keywords:
Geografia. Ensino. Antirracista.Abstract
O presente ensaio tem como objetivo apresentar reflexões provocativas acerca das práticas pedagógicas do ensino de Geografia crítica nas escolas. Durante o movimento da chamada Geografia crítica, as questões étnicorraciais foram negligenciadas ou invisibilizadas nos vários debates que trouxeram temas pertinentes que tratavam das contradições históricas da relação capital e trabalho. Todavia, destaca-se que o racismo se constituiu como uma ferramenta importante na estruturação do capitalismo e, por isso, vários problemas de ordem política, econômica, social e cultural têm suas bases na ideia de raça. Portanto, o ensino de Geografia escolar deve partir de pedagogias antirracistas na sala de aula e nas escolas, contribuindo para o enfretamento ao racismo.References
BRASIL. Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, 2003.
______. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena". In: Diário Oficial da União, Seção 1, Brasília, 11/03/2008, p. 1.
_______. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Estatuto da Igualdade Racial. Brasília, 2010.
_______. Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 30 ago. 2012. Seção 1, p. 1.
BRASIL/IBGE. Censo Demográfico 2010. Brasília, 2010.
_______. Estudos e Pesquisas. Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. N. 32. Brasília: IBGE, 2013.
_______. Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD). Brasília. IBGE,
CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar do/no mundo. São Paulo. Contexto, 2007
CASTRO-GÓMEZ, Santiago. Ciências sociais, violência epistêmica e o problema da “invenção do outro”. In: LANDER, Edgardo. (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, Colección Sur Sur, 2005, p. 80-87.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Elementos Para Uma Proposta de Ensino de Geografia. Boletim Goiano de Geografia. Jan/dez, 1993, p. 65-82.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Ensino de Geografia e diversidade: construção de conhecimentos geográficos escolares e atribuições de significados pelos diversos sujeitos do processo de ensino. In: CASTELLAR, Sonia (Org.). Educação geográfica: teorias e práticas docentes. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2006. p. 66-96.
CORRÊA, Roberto Lobato. Espaço, um conceito-chave da geografia. In: CASTRO, Iná Elias de; GOMES, Paulo Cesar da Costa; CORRÊA, Roberto Lobato. (Org.) Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EdUfb, 2008.
______. Os condenados da terra. Tradução de José Laurênio de Melo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira S.A., 1968.
FBSP/IPEA. Atlas da violência. Brasília; Rio de Janeiro; São Paulo, 2019.
KAERCHER, Nestor André. O gato comeu a Geografia Crítica? Alguns obstáculos a superar no ensino-aprendizagem. In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib. & OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Geografia em Perspectiva. São Paulo: Contexto, 2002.
KIMURA, Shoko. Geografia no Ensino Básico. São Paulo, Editora Contexto, 2008.
MBEMBE, Achille. Necropolítica. São Paulo. N-1 edições, 2006.
_______. Crítica à razão negra. São Paulo. N-1 edições, 2019.
MORAES, Antônio Carlos Robert de. Geografia: pequena história crítica. 16ª ed. São Paulo: Hucitec, 1999.
MOREIRA, Ruy. Pensar e Ser em Geografia. São Paulo, editora Contexto, 2008.
MUNANGA, Kabengele; GOMES, Nilma Lino. O negro no Brasil de Hoje. São Paulo:
Global, 2006.
SANTOS, Milton. Técnica, espaço, tempo. Globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Hucitec, 1996.
SANTOS, Renato Emerson dos. O ensino de Geografia do Brasil e as relações raciais: reflexões a partir da Lei 10.639. In: SANTOS, Renato E. dos. (Org). Diversidade, espaço e relações étnico-raciais: O Negro na Geografia do Brasil. 2ª ed. Belo Horizonte: Gutenberg, 2007, p. 21-40.
STRAFORINI, Rafael. Ensinar Geografia nas Séries Iniciais: o desafio da totalidade de mundo. Campinas: IG-UNICAMP, 2002.
________. Ensinar Geografia: O desafio da Totalidade-Mundo nas Séries Iniciais. São Paulo: Annablume, 2004.
SOUZA, Maria Elena Viana. Relações raciais no ensino superior: experiências de ensino/aprendizagem e pesquisa. In: SOUZA, Maria Elena Viana. (Org). Relações raciais no cotidiano escolar: diálogos com a lei 10.639/03. Rio de Janeiro, Editora Rovelle, 2009. p. 63-87.
VESENTINI, José Willian. Educação e ensino da geografia: instrumentos de dominação e/ou libertação. In: CARLOS, A. F. A. (Org.). A geografia em sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999.
______. A geografia crítica no Brasil: uma interpretação depoente. Departamento de Geografia – FFLCH-USP, out. 2001. Disponível em: http://www.geocritica.hpg.ig.com.br/geocritica04-6.htm. Acesso em: 29 nov. 2020.
________. Realidades e perspectivas do ensino de Geografia no Brasil. In: ______. (org.) O ensino de Geografia no século XXI. Campinas, SP: Papirus, 2004.
______. O Novo Papel da Escola e do Ensino da Geografia na Época da Terceira Revolução Industrial. Revista Terra Livre - AGB, nº 11-12, ago.1996. São Paulo, p.209-224. Disponível: www.geocritica.com.br/geocriticahtm. Acesso em: 27 dez. 2020.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).