QUESTÕES DE POLÍTICA EM MACBETH, DE SHAKESPEARE

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DOI:

https://doi.org/10.56814/lel.v9i2.2154

Resumo

Este artigo apresenta uma análise da peça Macbeth (1606), do escritor inglês William Shakespeare, na perspectiva política, sobretudo por se tratar de uma tragédia que envolve regicídio, traição, luta ambiciosa pelo poder, usurpação, sendo essas temáticas comuns nas obras do autor, que se materializam na peça em lume, por intermédio das ações maquiavélicas do herói-vilão que dá título à peça. Inicialmente, será apresentado um panorama relacionado a questões teóricas sobre política, em seguida, será feita uma abordagem acerca da poética do autor e, por fim, a obra será analisada. Para tal empreitada, serão utilizados os suportes teóricos e analíticos de Aristóteles (2019), Maquiavel (1998), Rousseau (2005), Mutalleb e Rawashdeh (2021), dentre outros. A análise mostrará que a peça em exame debate típicas convicções político-culturais do contexto histórico de sua produção, como legitimação de poder de um rei, notadamente por ter sido escrita logo após a morte da rainha Elizabeth I e a ascensão do escocês James I ao trono da Inglaterra, fato que, em certa medida, assemelha-se ao enredo da peça, que trata do assassinato do rei da Escócia por um dos seus mais leais nobres, Macbeth, que assume o trono em seu lugar, provocando um forte desequilíbrio político à nação escocesa. Os resultados da análise revelam que o fazer política no tempo de Shakespeare já havia se distanciado dos moldes virtuosos propostos pelos gregos, em favor de uma prática “maquiavélica”, como bem ilustra seu herói-vilão.

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Publicado

2024-12-30

Edição

Seção

Artigos Científicos