O ENSINO DE GRAMÁTICA NA ESCOLA BÁSICA: O MITO DE SÍSIFO
DOI:
https://doi.org/10.56814/lel.v7i1.1964Resumo
Classicamente, a gramática é ensinada como um conjunto de regras para definir o “certo” e o “errado” na língua portuguesa. Por seu turno, os alunos aprendem essas normas por meio da análise de frases soltas ou de textos literários redigidos na forma culta da língua. A verificação do aprendizado é realizada por exercícios rasos de identificação, repetição, correção, entre outras. Não há conexão com o contexto social, desconsiderando o propósito comunicativo ou reflexivo acerca do uso da língua. Por esta razão, este trabalho tem como objetivo realizar uma análise descritiva de exercícios didáticos de língua portuguesa, parte do acervo pessoal da autora, e que foram utilizados por turmas de ensino médio de colégios do Rio de Janeiro, discutindo, especialmente, a partir dos referenciais teóricos de Antunes (2007; 2014), Travaglia (2009) e Perini (2010), a propriedade destes exercícios veiculados nas salas de aula de língua portuguesa. Para tanto, propõe-se uma comparação entre o Mito de Sísifo e o Ensino de Gramática, tomando como base a teoria linguística e os documentos oficiais da educação brasileira que respaldam a abordagem textual em detrimento de exercícios estruturais.
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