ATUAÇÃO DOCENTE E ORALIDADE NAS ASSEMBLEIAS ESCOLARES ESTUDANTIS
DOI:
https://doi.org/10.56814/lel.v6i1.1747Resumo
Embora alunos cheguem à escola sabendo falar português, são diferentes as condições de produção oral de textos situados em campos da vida pública e da vida privada, familiar ou íntima. Por lhes serem estranhas ou novas, à escola cabe desenvolver as competências discursivas do campo da vida pública, que coincidem com a formação do cidadão. A pesquisa buscou analisar formas de intervenção pedagógica que estimulam a oralidade de alunos reunidos em assembleia escolar estudantil. Participaram estudantes de sétimo ano do Ensino Fundamental de uma escola pública de João Pessoa, PB. De natureza qualitativa e cunho interventivo, o estudo se baseou, em relação ao conceito de trabalho, nas obras de Freinet (1998) e Lukács (1969, 2018); em relação ao funcionamento das assembleias, nas obras de Freinet (1973), Puig et al. (2000) e Araújo (2004); e, em relação aos gêneros discursivos, nas obras de Bakhtin (2010) e Volochínov (2010). Os dados foram gerados pela observação participante e por gravações em áudio das assembleias e rodas de conversa realizadas. Como resultado final da pesquisa, a análise levou à interpretação de que a atuação docente contribuiu para desenvolver na turma de alunos uma atividade oral autônoma, reflexiva e facilitadora da resolução de conflitos pelo diálogo.
PALAVRAS-CHAVE: Oralidade; Assembleia escolar estudantil; Assembleia de classe.
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O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.
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