OS USOS DO OPERADOR ARGUMENTATIVO “ENTÃO” EM TEXTOS ORAIS BRASILEIROS
DOI:
https://doi.org/10.56814/lel.v5i2.1590Resumo
Este artigo objetiva descrever e analisar o funcionamento do operador argumentativo “então” em textos orais da Língua Portuguesa, de modo a verificar a sua contribuição para a argumentação do texto. As principais hipóteses que guiaram o desenvolvimento da pesquisa foram que esse operador é bastante recorrente nessa modalidade de língua e que a função por ele desempenhada pode apresentar variações. Para a realização desta pesquisa, valemo-nos de estudos de Koch (2000; 2008) e Ducrot (1987), principalmente, e selecionamos 10 entrevistas de talk shows, que compuseram nosso corpus de análise. Após a constituição do corpus, realizamos análises quantitativa e qualitativa, de forma que foi possível observarmos não apenas a frequência com que “então” ocorre nessa modalidade de língua, mas também como se deram as ocorrências individualmente. Os resultados mostram que, de fato, “então” é um operador recorrente na modalidade oral da língua, embora não seja o preferido no corpus analisado, bem como foi possível constatar a importância de mobilizar os recursos extralinguísticos para a atribuição do(s) sentido(s). Dentre as funções desempenhadas, verificamos algumas que fogem às gramáticas normativas, como de indicação temporal e manutenção de turno.
PALAVRAS-CHAVE: Linguística textual. Texto oral. Operadores argumentativos. Então.
Referências
ABREU, Antônio Suárez. A arte de argumentar: Gerenciando razão e emoção. 9. ed. Cotia: Ateliê Editorial, 2006.
ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.
ARISTÓTELES. Retórica. Tradução de Manuel Alexandre Júnior. Universidade de Lisboa, Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2005. Disponível em: http://www.obrasdearistoteles.net/files/volumes/0000000030.PDF. Acesso em 3 de outubro de 2016.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
DISCINI, Norma. Comunicação nos textos. São Paulo: Contexto, 2005.
DUCROT, Oswald. O Dizer e o Dito. Revisão Técnica da Tradução: Eduardo Guimarães. Campinas, SP: Pontes, 1987.
FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. 4. ed. São Paulo: Editora Ática, 1997.
GOUVÊA, Lúcia Helena Martins. Operadores argumentativos: uma ponte entre a língua e o discurso. In. PAULIUKONIS, Maria Aparecida Lino; SANTOS, Leonor Werneck (Orgs) Estratégias de leitura: texto e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006, p. 105-116.
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Argumentação e linguagem. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1987. 240 p.
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. A inter-ação pela linguagem. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2000.
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. A coesão textual. 21. ed. 1a reimpressão. São Paulo: Contexto, 2008.
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Texto e coerência. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
RISSO, Mercedes Sanfelice. O articulador discursivo "então". In: CASTILHO, Ataliba Teixeira; BASÍLIO, Margarida (Org.). Gramática do português falado. Volume IV: Estudos Descritivos. Campinas: Editora da Unicamp, 1996. p. 423-452.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os originais aceitos e publicados tornam-se propriedade da Revista Linguagens & Letramentos, sendo vedada sua reprodução total ou parcial, sem a devida autorização da Comissão Editorial, exceto para uso de estudo e pesquisa.