Análise de fatores de risco e prevalência da lesão cervical não cariosa: um estudo piloto

Resumen

Introdução: As lesões cervicais não cariosas (LCNCs) são alterações no tecido dentário duro próximas à junção amelocementária e representam uma causa frequente de procura por atendimento odontológico especializado. Objetivo: Identificar e analisar os fatores de risco associados às LCNCs em pacientes atendidos na Clínica-Escola do Curso de Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campus VIII, Araruna/PB. Métodos: Realizou-se um estudo piloto transversal, descritivo e quantitativo com dez pacientes selecionados por conveniência. Os participantes responderam a um questionário abordando hábitos relacionados às LCNCs e à hipersensibilidade dentinária, seguido de exame clínico. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel e analisados no SPSS, versão 21, aplicando-se análises estatísticas descritivas e o teste de Shapiro-Wilk para avaliar a normalidade dos dados. Resultados: Os dentes pré-molares foram os mais afetados. A extensão média das lesões foi de 2,70 mm, com profundidade média de 1 mm. O desgaste incisal/oclusal envolveu 9,5 (±5,46) dentes, com 4,2 (±2,15) dentes acometidos por LCNCs. Observou-se uma correlação moderada entre a idade e o número de dentes com LCNC (r = 0,698; p = 0,025). Setenta por cento dos pacientes relataram estalidos no ouvido, 60% apresentaram bruxismo ou apertamento dentário, e 40% relataram aplicar força excessiva durante a escovação. Cinquenta por cento dos pacientes apresentaram sensibilidade dentinária intensa e consumiam até três frutas ácidas diariamente. Conclusão: A associação entre hábitos parafuncionais, dieta ácida e escovação inadequada representa um desafio significativo na etiologia das LCNCs. Esses fatores destacam a importância de estratégias preventivas e educativas no tratamento odontológico para minimizar o impacto dessas lesões.