ANTES SEM TERRA, HOJE COM TERRA E COM DIREITO A EDUCAÇÃO DE NÍVEL SUPERIOR
DOI:
https://doi.org/10.24219/rpi.v4i1.1186Abstract
O presente trabalho reflete sobre a importância do ensino superior para assentados rurais, grupo minoritário no âmbito universitário, apresentando contribuições que esta modalidade educacional pode oferecer no desenvolvimento do campo onde vivem os sujeitos pesquisados. Discute os principais desafios que os alunos assentados enfrentam para inserção e permanência na academia. Consiste em uma pesquisa descritiva, focada numa revisão bibliográfica e documental, foram consultados os seguintes teóricos e documentos: Fernandes (1999), Santos (2011), Bogo (2008), Moreira e Targino (1997), Caldart (2012), Molina (2008), INEP (2019), INCRA (2019). Através da pesquisa evidenciou-se que, a luta dos assentados pela terra, reflete na busca por outras conquistas: educação, saúde, lazer. A educação desenvolve produção do conhecimento, autonomia, criticidade, competências para o cumprimento das atividades do campo e o convívio em sociedade. As dificuldades enfrentadas pelos alunos estão associadas ao baixo poder aquisitivo, distância do local de trabalho/vivência e universidade, transporte, custeio de moradia, alimentação, aquisição de materiais didáticos e o distanciamento da realidade entre a universidade e os movimentos sociais. Conclui-se que, a educação é um fator transformador do campo, que é preciso formar parcerias entre: assentamentos rurais, Poder Público e movimentos sociais para fortalecer a luta pela garantia e a qualidade de ensino.
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