Educação matemática inclusiva: musicalidade, neurociência cognitiva e mediação docente
DOI:
https://doi.org/10.24219/rpi.v2i2.0.349Resumo
Em busca de novas estratégias para a efetivação da Educação Matemática Inclusiva, onde todos usufruam do seu direito de aprender, objetiva-se identificar, por meio da perspectiva docente, impactos da Musicalidade nos processos neurocognitivos da aprendizagem matemática nos anos iniciais do ensino fundamental. A ancoragem teórica da neurociência cognitiva considera: a epigenética, as janelas de oportunidades, a plasticidade cerebral e a modularidade. Neste estudo, com ênfase nas Funções Executivas (Atenção Voluntária e Memória Operacional), no Modelo explicativo do processamento numérico Código Triplo, e os critérios da mediação docente são indicados pela Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural. A organização da Musicalidade pauta-se nas relações entre elementos da corporeidade, cognição musical, percepção e expressão rítmica e sonora, constituídas em processo nato, típico de humanos. As etapas denominadas: a) Escuta Sonora Sensível; b) Biorritmo Natural e Sugerido; e c) Embalo e Relaxamento, configuram a pesquisa de abordagem qualitativa como processo não linear, mas dialético. Neste artigo apresentou-se um experimento com uma professora do segundo ano do ensino fundamental que em sua turma havia um aluno com TDAH. Ela criou uma atividade a partir do quadro de elementos neurocognitivos, que contemplam as funções executivas e os códigos do processamento numérico. A contribuição concretiza-se na proposta de formação docente visando a potencialização do ensino da matemática inclusiva, via estimulação de habilidades de atenção voluntária, memória operacional e controle inibitório para a construção do conhecimento do sistema de numeração decimal e realização do cálculo mental.
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