Avaliação do seguimento de lesões precursoras de câncer do colo do útero – uma revisão bibliográfica
DOI:
https://doi.org/10.29215/pecen.v5i0.1741Resumo
O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, está relacionado com a infecção de alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV) chamados oncogênicos. Este tipo de tumor é o quarto mais frequente na população feminina, com aproximadamente 570 mil novos casos por ano no mundo. Cerca de 7.5% da população feminina é acometida por este câncer e 311 mil mulheres evoluem para óbito. O exame preventivo (Papanicolau) é uma medida fundamental para detecção precoce de lesões precursoras e amplamente utilizado. Quando a lesão é diagnosticada precocemente o tratamento apresenta alto grau de cura. O rastreamento e acompanhamento destes casos são essenciais para evitar o surgimento de novos casos de câncer que implicam em tratamentos mais complexos e dispendiosos. Este estudo consiste em uma revisão bibliográfica referente a avaliação e condução do seguimento de lesões precursoras deste tipo de câncer. Os dados analisados evidenciam dificuldades encontradas pelas mulheres em agendar consultas de retorno após realização do exame preventivo, o que dificulta a implementação de ações imediatas para o tratamento. A perda de seguimento é um problema relevante e ocorre devido a fatores como a má interpretação de exames, resultando em repetição desnecessária do exame preventivo e atraso na realização de colposcopia e, consequentemente, do início de tratamento; ausência de seguimento em exames alterados; deficiência de orientação e encaminhamento oportuno destas mulheres. Para enfrentar tais desafios propõe-se que os serviços estejam organizados em rede, que inclui sistema de rastreamento conectado com o seguimento e tratamento adequado das mulheres que apresentem alterações nos exames preventivos. Também se faz necessário investigação sobre os motivos de não adesão das mulheres, controle de qualidade dos serviços de coleta e análise das amostras, avaliação de protocolos utilizados e busca ativa das pacientes para realização do exame Papanicolau.
Palavras-chave: Atenção à Saúde, exame Papanicolau, longitudinalidade, detecção precoce de câncer.
Referências
Araújo E.S., Barbosa F.M., Ázara C.Z.S., Ferreira T.X.A.M., Tavares S.B.N.M. & Amaral R.G. (2014) Avaliação do seguimento de mulheres com exames citopatológicos alterados de acordo com as condutas preconizadas pelo Ministério da Saúde em Goiânia, Goiás. Revista Brasileira de Cancerologia, 60(1): 7–13.
Brasil (2010) Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Plano de ação para redução da incidência e mortalidade por câncer do colo do útero. Rio de Janeiro: INCA. 40 p.
Brasil (2011) Tribunal de Contas da União. Política Nacional de Atenção Oncológica. Brasília: TCU. 132 p.
Brasil (2013) Ministério da Saúde. Portaria nº 3.394 de 30 de dezembro de 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt3394_30_12_2013.html (acessado em 01/07/2021).
Brasil (2016) Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. 2° edição. Rio de Janeiro: INCA. 118 p.
Brasil (2021a) Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Câncer do colo do útero – Fatores de Risco. Disponível em: https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/fatores-de-risco (acessado em 30/05/2021).
Brasil (2021b) Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Câncer do colo do útero – versão para profissionais. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero (acessado em 30/05/2021).
Brasil (2021c) Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Câncer do colo do útero – Conceito e Magnitude. Disponível em: https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/conceito-e-magnitude (acessado em 30/05/2021).
Brasil (2021d) Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Estatísticas de Câncer. Disponível em: https://www.inca.gov.br/numeros-de-cancer (acessado em 30/05/2021).
Caetano R., Vianna C.M.M., Thuler L.C.S. & Girianelli V.R. (2006) Custo efetividade no diagnóstico precoce do câncer de colo uterino no Brasil. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 16(1): 99–118. https://doi.org/10.1590/S0103-73312006000100007
Carvalho V.F., Kerber N.P.C., Wachholz V.A., Pohlmann F.C., Marques L.A. & Francioni F.F. (2016) Acesso ao exame Papanicolau por usuárias do sistema único de saúde. Revista Rene, 17(2): 198–207.
Carvalho P.G., O'Dwer G. & Rodrigues N.C.P. (2018) Trajetórias assistenciais de mulheres entre diagnóstico e início de tratamento do câncer do colo uterino. Saúde Debate, 42(118): 687–701.
Casarin M.R. & Piccoli J.C.E.B. (2011) Educação em saúde para a prevenção do câncer de colo do útero em mulheres do município de Santo Ângelo/MS. Ciências & saúde coletiva, 16(9): 3925–3932. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011001000029
Cruz L.M.B. & Loureiro R.P. (2008) A comunicação na abordagem preventiva do câncer do colo do útero: importância das influências histórico-culturais e da sexualidade feminina na adesão às campanhas. Saúde Sociais, 17(2): 120–131.
https://doi.org/10.1590/S0104-12902008000200012
Dalmolin S.P., Dexheimer G.M. & Delving L.K.O.B. (2016) Mulheres com exames citopatológicos alterados: Avaliação do seguimento de acordo com as condutas preconizadas pelo Ministério da Saúde. Revista Brasileira de Análise Clínicas, 48(3): 235–239.
Farias A.C.B. & Barbieri A.R. (2016) Seguimento do câncer de colo do útero: Estudo da continuidade da assistência à paciente em uma região de saúde. Escola Ana Nery, 20(4): e20160096. https://doi.org/10.5935/1414-8145.20160096
Febrasgo (2017) Rastreio, diagnóstico e tratamento do câncer de colo de útero. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). 64 p.
Franco J.L.V., Gondinho B.V.C., Bulgareli J.V., Cortellazzi K.L., Guerra L.M., Costa A.D., Cavalcante D.F.B., Ambrosano G.M.B. & Pereira A.C. (2019) Seguimento de Resultados Alterados de Papanicolau nas Unidades Básicas de Saúde do Município de São Paulo. Revista Eletrônica Gestão & Saúde, edição especial: 19–36. https://doi.org/10.26512/gs.v0i0.23317
Gil A.C. (2011) Como elaborar projetos de pesquisa. 5° edição. São Paulo: Atlas. 188 p.
Köche J.C. (2011) Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e iniciação a pesquisa. 29° edição. Petrópolis: Vozes. 185 p.
Ribeiro M.G.M., Santos S.M.R. & Teixeira M.T.B. (2011) Itinerário terapêutico de mulheres com câncer do colo do útero: uma abordagem focada na prevenção. Revista Brasileira de Cancerologia, 57(4): 83–91. https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2011v57n4.644
Risso B.B.S. & Soares M.C. (2011) Avaliação dos registros do exame citopatológico em uma unidade básica de saúde em Rio Grande-RS. Revista de Enfermagem em Saúde, 1(1): 84–90. https://doi.org/10.15210/jonah.v1i1.3410
Santos J.G.C. & Dias J.M.G. (2018) Vacinação pública contra o papilomavirus humano no Brasil. Revista Médica de Minas Gerais, 28: 2238–3182.
Silva D., Lopes E.L. & Braga S.S. (2014) Pesquisa Quantitativa: elementos, paradigmas e definições. Revista de Gestão e Secretariado - GeSec, 5(1): 1–18.
https://doi.org/10.7769/gesec.v5i1.297
Soares S.J. (2019) Pesquisa Científica: Uma abordagem sobre o Método Qualitativo. Revista Ciranda, 3(1): 168–180.
Tavares S.B.N., Amaral R.G., Manrique E.J.C., Souza N.L.A., Albuquerque Z.B.P. & Zeferino L.C. (2007) Controle da qualidade em citopatologia cervical: revisão de literatura. Revista Brasileira de Cancerologia, 53(3): 355–364.
Uchimura N.S., Nakano K., Nakano L.C.G. & Uchimura T.T. (2009) Qualidade e desempenho das colpocitologias na prevenção de câncer de colo uterino. Revista da Associação de Medicina Brasileira, 55(5): 569–574. https://doi.org/10.1590/S0104-42302009000500021
Vale D.B.A.P., Morais S.S., Pimenta A.L. & Zeferino L.C. (2010) Avaliação do rastreamento do câncer do colo do útero na Estratégia Saúde da Família no Município de Amparo, São Paulo, Brasil. Caderno de Saúde Pública, 26(2): 383–390.
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2010000200017
Vieira S. & Hossene W. (2007) Metodologia científica para a área da saúde. Rio de Janeiro: Elsevier. 175 p.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos / Authors who publish in this journal agree to the following terms:
A) Autor(es) e o periódico mantêm os direitos da publicação; os autores concedem ao periódico o direito de primeira publicação, sendo vedada sua reprodução total ou parcial sob qualquer caráter de ineditismo; qualquer utilização subsequente de trechos de manuscritos (e.g., figuras, tabelas, gráficos etc.) publicados na Pesquisa e Ensino em Ciências Exatas e da Natureza deve reconhecer a autoria e publicação original / Author (s) and the journal maintain the rights of publication; the authors grant the journal the right of first publication, being prohibited their total or partial reproduction in any character of novelty; any subsequent use of excerpts from manuscripts (e.g., figures, tables, graphics, etc.) published in Research and Teaching in Exact and Natural Sciences must acknowledge the original authorship and publication.
B) Autores tem o direito de disseminar a própria publicação, podendo, inclusive disponibilizar o PDF final do trabalho em qualquer site institucional ou particular, bem como depositar a impressão da publicação em bibliotecas nacionais e internacionais / Authors have the right to disseminate the publication itself, and may also make available the final PDF of the work in any institutional or private site, as well as depositing the printing of the publication in national and international libraries.