Tecnologias sociais de acesso à água enquanto estratégias de convivência com o semiárido: experiências e protagonismo da comunidade do Sítio Carcaré, São José da Lagoa Tapada-PB
DOI:
https://doi.org/10.29215/pecen.v5i0.1706Resumo
Esta pesquisa objetivou refletir os avanços, dificuldades e desafios em uma comunidade rural no Sertão paraibano após a implantação de tecnologias sociais de acesso à água desenvolvidas e aplicadas pela Articulação do Semiárido. O trabalho apoiou-se na abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, cuja análise das experiências e dos resultados ocorreu por meio de entrevistas. Os resultados expõem que as cisternas de placas e de calçadão são tecnologias sociais de acesso à água que garantem as condições mínimas de água, promovendo inclusão e protagonismo das famílias, mas que ainda existem desafios de natureza política (quantidade de água e usos múltiplos, uso de carro-pipa em situações emergenciais e acesso à terra), estrutural (rachaduras e vazamentos por falta de manutenção), e de conhecimento para consolidação do paradigma da sustentabilidade e da convivência com o semiárido na área pesquisada.
Palavras chave: Políticas públicas, autonomia, ASA, cisternas.
Referências
Abílio F.J. (2011) Educação Ambiental: conceitos, princípios e tendências (p. 97-137). In: Abílio F.J. (Orgs). Educação ambiental para o Semiárido. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB. 582 p.
Alencar M.O., Justo W.R. & Alves D.F. (2018) Os efeitos do programa “uma terra e duas águas (p1+2)” sobre a qualidade de vida do pequeno produtor rural do semiárido nordestino. Revista econômica do Nordeste, 49(1): 165–180.
Alves A.P. (2013) Convivência com o Semiárido (p. 35–37). In: Conti I.L. & Schroeder E.O. (Orgs). Estratégias de Convivência com o Semiárido Brasileiro: Texto e Artigos de Alunos (as) Participantes. Brasília: Editora IABS. 212 p.
ASA (2019a) Articulação Semiárido Brasileira. Mapa de Tecnologias. Disponível em: http://www.
asabrasil.org.br/mapatecnologias/#. (acessado em 10/11/2019).
ASA (2019b) Programa Um milhão de Cisternas (P1MC). Disponível em: http://www.asabrasil.or
g.br/acoes/p1mc. (acessado em 10/11/2019).
ASA (2019c) Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Disponível em: https://www.asabrasil.or
g.br/acoes/p1-2#categoria_img. (acessado em 10/11/2019).
Arsky I.C. & Santana V.L. (2013) Parâmetros de demanda hídrica no semiárido (p. 149–158). In: Conti I.L. & Schroeder E.O. (Orgs). Convivência com o Semiárido Brasileiro: Autonomia e Protagonismo Social. Brasília: Editora IABS. 210 p.
Arsky I.C., Santana V.L. & Pereira C.M. (2013) Acesso à água no semiárido: a água para o consumo humano (p. 139–148). In: Conti I.L. & Schroeder E.O. (Orgs). Convivência com o Semiárido Brasileiro: Autonomia e Protagonismo Social. Brasília: Editora IABS. 210 p.
Baptista N.Q. (2011) Conhecendo e refletindo sobre o Semiárido e Agroecologia (p. 9–17). In: Santos B.M.C., Oliveira C.S., Lopes M.R., Carneiro V.M.O. & Souza Z.L. (Orgs). Construindo Saberes para Educação Contextualizada. Bahia: Gráfica JB Ltda. 124 p.
Baptista N.Q. (2016) As Tecnologias Sociais e seu Papel na Transformação da Sociedade (p. 29–41). In: Santos A.P., Cunha A.R.B.A., Denis A.A.C. & Perez-Marin A.M.P. (Orgs). Vivências e Práticas Para Coabitação no Semiárido Brasileiro: Ensaios e Reflexões. Campina Grande: Instituto Nacional do Semiárido (INSA). 207 p.
Baptista N.Q. & Campos C.H. (2013a) Possibilidades de construção de um modelo sustentável de desenvolvimento no semiárido (p. 59-72). In: Conti I.L. & Schroeder E.O. (Orgs). Convivência com o Semiárido Brasileiro: Autonomia e Protagonismo Social. Brasília: Editora IABS. 210 p.
Baptista N.Q. & Campos C.H. (2013b) Formação, organização e mobilização social no semiárido brasileiro (p. 73–82). In: Conti I.L. & Schroeder E.O. (Orgs). Convivência com o Semiárido Brasileiro: Autonomia e Protagonismo Social. Brasília: Editora IABS. 210 p.
Baumgarten M. (2008) Ciência, tecnologia e desenvolvimento – redes e inovação social. Parcerias Estratégicas, 13(26): 101–123.
BRASIL (2017) Resolução Nº 115, de 23 de novembro de 2017. Aprova a Proposição nº 113/2017, que acrescenta municípios a relação aprovada pela Resolução CONDEL nº 107, e 27 de julho de 2017. Fortaleza: Ministério da Integração Nacional. Disponível em: http://sudene.gov.br/images/arquivos/conselhodeliberativo/resolucoes/resolucao115-23112017
-delimitacaodosemiarido.pdf (acessado em: 28/09/2020).
BRASIL (2018) Decreto de Nº 9.606, de 10 de Dedembro de 2018. Regulamenta o Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e Outras Tecnologias Sociais de Acesso à Água - Programa Cisternas. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9606.htm (acessado em 18/11/2020).
Carlixto-Junior F. & Silva A.C. (2016) Sustentabilidade e políticas públicas de convivência com o semiárido: um olhar sobre as tecnologias sociais no campo. Revista da Casa da Geografia de Sobral, 18(1): 44–62.
Costa A.B. & Dias S.R.B. (2013) Estado e sociedade civil na implantação de políticas de cisternas (p. 33-64). In: Costa A.B. (Orgs). Tecnologia Social e Políticas Públicas. São Paulo: Instituto Pólis. 286 p.
Gerhardt T. E. & Souza A.C. (2009) Aspectos teóricos e conceituais (p. 11–29). In: Gerhardt T.E. & Silveira D.T. (Orgs). Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS. 120 p.
Gil A.C. (2008) Métodos e técnicas de pesquisa social. 6° edição. São Paulo: Atlas. 220 p.
Gomes A.F. & Heller L. (2016) Acesso à água proporcionado pelo Programa de Formação e Mobilização Social para Convivência com o Semiárido: Um Milhão de Cisternas Rurais: combate à seca ou ruptura da vulnerabilidade? Engenharia Sanitária e Ambiental, 21(3): 623–633. https://doi.org/10.1590/S1413-41522016128417
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010) Censo Demográfico. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/sao-jose-da-lagoa tapada/pesquisa/23/27652?detalhes=true (acessado em 18/11/2020).
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2017a) Regiões Geográficas. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/regioes_geograficas/ (acessado em 14/11/2020).
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2017b) Produto Interno Bruto dos Municípios. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/sao-jose-da-lagoa-tapada/pesquisa/38/46996 (acessado em: 28/09/2020).
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2017c) Censo Agropecuário. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/sao-jose-da-lagoa-tapada/pesquisa/24/76693 (acessado em: 20/06/2019).
INSA – Instituto Nacional do Semiárido (2017) Nova delimitação expande o semiárido até o Maranhão: 73 novos municípios foram incluídos. Disponível em: https://portal.insa.gov.br/not
icias/1070-nova-delimitacao-expande-o-semiarido-ate-o-maranhao-73-novos-municipios-foram-incluidos (acessado em: 16/11/2020).
Jesus V.M.B. & Costa A.B (2013) Tecnologia social: breve referencial teórico e experiências ilustrativas (p. 17–32). In: Costa A.B. (Orgs). Tecnologia Social e Políticas Públicas. São Paulo: Instituto Pólis. 286 p.
Lakatos E.M. & Marconi M.A. (2010) Fundamentos de metodologia científica. 5° edição. São Paulo: Atlas. 310 p.
Malvezzi R. (2007) Semi-árido – uma visão holística. Brasília: Confea. 140 p.
Malvezzi R. (2012) Seca furiosa. Disponível em: http://www.acessodesterro.com/2012/04/seca-furiosa-por-roberto-malvezzi.html (acessado em 21/09/2019).
Malvezzi R. (2016) Uma Conceituação Processual e Holística da Convivência com o Semiárido (p. 13–28). In: Santos A.P., Cunha A.R.B.A., Denis A.A.C. & Perez-Marin A.M.P. (Orgs). Vivências e Práticas Para Coabitação no Semiárido Brasileiro: Ensaios e Reflexões. Campina Grande: Instituto Nacional do Semiárido (INSA). 207 p.
Melito L. (2020) Programa de cisternas enfrenta "seca" de recursos e fome bate à porta do semiárido. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2020/01/21/programa-de-cisternas-enfrenta-seca-de-recursos-e-fome-bate-a-porta-do-semiarido (acessado em 18/11/2020).
Mota C.S. (2017) As cisternas como novos paradigmas para a convivência no semiárido: o caso da comunidade rural de Riacho da Arara, Cajazeiras – PB. Monografia (Graduação em Geografia). Universidade Federal de Campina Grande, Cajazeiras, Paraíba.
Oliveira D.B.S. (2013) O uso das tecnologias sociais hídricas na zona rural do semiárido paraibano: Entre o combate a seca e a convivência com o semiárido. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Geografia). Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba.
Pereira E.S. (2013) Educação Contextualizada e Convivência com o Semiárido: lutas, conquistas e desafios (p. 97–108). In: Conti I.L. & Schroeder E.O. (Orgs). Convivência com o Semiárido Brasileiro: Autonomia e Protagonismo Social. Brasília: Editora IABS. 210 p.
Pinto E.B. & Lima M.J.A. (2008) O Programa de convivência com o semi-árido brasileiro e sua influência na mudança de hábitos e valores. Cadernos de Estudos Sociais, 24(1): 71–85.
PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2013) Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Disponível em: https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/rankings/idhm-municipios-2010.html (acessado em: 15/06/2019).
Rocha J.C. (2013) Soberania e segurança alimentar no semiárido (p. 107–116). In: Conti I.L. & Schroeder E.O. (Orgs). Convivência com o Semiárido Brasileiro: Autonomia e Protagonismo Social. Brasília: Editora IABS. 210 p.
Silva R.M.A. (2003) Entre dois paradigmas: combate a seca e convivência com o semi-árido. Sociedade e Estado, 18(1-2): 361–385. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-69922003000100017
Silva R.M.A. (2006) Entre o combate à seca e a convivência com o semiárido: transições paradigmáticas e sustentabilidade do desenvolvimento. Tese (Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável). Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável, Brasília.
Silva P.C.G., Moura M.S.B., Kiill L.H.P., Brito L.T.L., Pereira L.A., Sa I.B., Correira R.C., Teixeira A.H.C., Cunha T.J.F. & Guimarães-Filho C. (2010) Caracterização do Semiárido brasileiro: fatores naturais e humanos (p. 18–48). In: Sa I.B. & Silva P.C.G. (Eds). Semiárido brasileiro: pesquisa, desenvolvimento e inovação. Petrolina: Embrapa Semiárido. 402 p.
Silva M.L.M., Rodrigues A.O. & Silva S.L. (2013) Transformações e protagonismo social no semiárido (p. 38-58). In: Conti I.L. & Schroeder E.O. (Orgs). Estratégias de Convivência com o Semiárido Brasileiro: Texto e Artigos de Alunos (as) Participantes. Brasília: Editora IABS. 212 p.
Silva S.D., Medeiros V.P. & Silva A.B. (2016) Tecnologias sociais hídricas para convivência com o semiárido: o caso de um assentamento rural do município de Cabaceiras - PB. Holos, 1: 295–309. https://doi.org/10.15628/holos.2016.3312
Suassuna J. (2007) Semi-árido: Prosposta de convivência com a seca. Caderno de Estudos Sociais, 23(1-2): 135–148.
SUDENE – Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (2017) Mapa de delimitação do Semiárido. Disponível em: http://antigo.sudene.gov.br/images/arquivos/semiarido/arquivos/m
apa-semiarido-1262municipios-Sudene.pdf (acessado em 14/11/2020).
Tomaz B.M. (2017) Turismo e sustentabilidade: um estudo sobre os recursos turísticos potenciais na serra de Santa Catarina, São José da Lagoa Tapada-PB. Monografia (Graduação em Geografia). Universidade Federal de Campina Grande, Cajazeiras, Paraíba.
Ventura A.C., Andrade J.C.S. & Garcia L.F. (2014) Tecnologias sociais de convivência com o semiárido como estratégia de mitigação/adaptação às mudanças climáticas no Brasil. Astrolabio, 12: 43–72.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos / Authors who publish in this journal agree to the following terms:
A) Autor(es) e o periódico mantêm os direitos da publicação; os autores concedem ao periódico o direito de primeira publicação, sendo vedada sua reprodução total ou parcial sob qualquer caráter de ineditismo; qualquer utilização subsequente de trechos de manuscritos (e.g., figuras, tabelas, gráficos etc.) publicados na Pesquisa e Ensino em Ciências Exatas e da Natureza deve reconhecer a autoria e publicação original / Author (s) and the journal maintain the rights of publication; the authors grant the journal the right of first publication, being prohibited their total or partial reproduction in any character of novelty; any subsequent use of excerpts from manuscripts (e.g., figures, tables, graphics, etc.) published in Research and Teaching in Exact and Natural Sciences must acknowledge the original authorship and publication.
B) Autores tem o direito de disseminar a própria publicação, podendo, inclusive disponibilizar o PDF final do trabalho em qualquer site institucional ou particular, bem como depositar a impressão da publicação em bibliotecas nacionais e internacionais / Authors have the right to disseminate the publication itself, and may also make available the final PDF of the work in any institutional or private site, as well as depositing the printing of the publication in national and international libraries.