Reflexões sobre a Violência Obstétrica enquanto Violência Étnico-Racial
DOI:
https://doi.org/10.56814/rpi.v8ic.2278Resumo
A medicalização do parto no modelo hospitalocêntrico contribuiu para práticas que configuram violência obstétrica. No Brasil, mulheres negras são as principais vítimas, devido a desigualdades raciais no acesso e qualidade da assistência. Analisar a violência obstétrica como manifestação de violência étnico-racial, identificando seus tipos, estereótipos envolvidos e informações transmitidas no pré-natal. Trata-se de uma Revisão integrativa da literatura em seis etapas, com busca na plataforma BVS. Após aplicação de filtros, seis estudos compuseram a amostra. Foram identificadas cinco categorias de violência obstétrica — abuso físico, intervenções não consentidas, cuidado indigno/abuso verbal, discriminação e negligência/abandono —, majoritariamente dirigidas a mulheres negras. Constatou-se menor número de consultas de pré-natal, escassez de informações sobre o parto e práticas discriminatórias nos serviços de saúde, reforçadas por estereótipos racistas como a ideia de maior resistência à dor. A cor da pele permanece determinante da assistência obstétrica, resultando em maiores índices de violência contra mulheres negras. Urge reconhecer as opressões raciais na saúde e implementar políticas públicas que garantam cuidado equânime e de qualidade no ciclo gravídico-puerperal.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista de Pesquisa Interdisciplinar

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.