O corpo com HIV: uma reflexão teórica à luz da Sociologia do Corpo de David Le Breton
DOI:
https://doi.org/10.56814/rpi.v8ic.2277Resumo
Introdução: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida representa um importante problema de saúde pública, marcada pela elevada morbimortalidade e pelo estigma social que acompanha as pessoas que vivem com HIV. Apesar dos avanços no tratamento, a vivência com o HIV ultrapassa a dimensão estritamente biomédica, envolvendo também aspectos simbólicos, sociais e políticos que marcam o corpo soropositivo. Objetivo: Refletir sobre o corpo com HIV à luz da sociologia de David Le Breton. Método: Estudo teórico-reflexivo, de base bibliográfica e analítica, fundamentado na obra A Sociologia do Corpo e em produções científicas das Ciências da Saúde e Ciências Humanas, que discutem corporeidade, vigilância, estigma e experiências de pessoas que vivem com HIV. Resultados e Discussão: A reflexão proposta revelou que o corpo com HIV é socialmente construído e simbolicamente marcado, tornando-se alvo de práticas de vigilância, discursos normativos e estigmas. Ao mesmo tempo, constitui espaço de subjetividade, resistência e luta por direitos, evidenciando tensões entre cuidado, controle e dignidade. Assim, a corporeidade soropositiva articula dimensões individuais e coletivas, que envolve o cuidado de si, mas exige uma mobilização política e social. Conclusão: Compreende-se que a perspectiva da sociologia do corpo amplia a compreensão do HIV para além da visão clínica, permitindo pensar o cuidado de maneira integral, reconhecendo o corpo como lugar de sentido, existência e cidadania. Destaca-se a necessidade de estudos que busquem aprofundar a compreensão das experiências corporais de pessoas que vivem com HIV e, assim, melhor contribuir para práticas de cuidado integrais e que valorizem a subjetividade.
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