A Esquizoanálise como prática na clínica contemporânea Uma proposta para compreensão das patologias psicoafetivas
DOI:
https://doi.org/10.24219/rpi.v2i2.0.186Resumo
O presente estudo tem como objetivo propor novas possibilidades de intervenção na pratica da Clínica Contemporânea no que diz respeito às patologias psicoafetivas. Para isso, nos apoiaremos na corrente teórica da Esquizoanálise. Essa vertente psicanalítica surgiu nos anos 70 por meio da associação do filósofo Gilles Deleuze e do psicanalista Félix Guattari. A esquizoanálise é um conhecimento amplo que vem influenciando muito as correntes de análise institucional e clínica contemporânea no Brasil. Essa perspectiva permite questionar tanto a psicanálise freudiana - circunscrita ao modelo edipiano - como a lacaniana de matriz estruturalista. O uso transcendente proposto tanto por Freud como por Lacan seriam as bases de organização e estruturação do desejo. Dessa forma, todos os conflitos psicoafetivos deveriam ser enquadrados nesses modelos dados aprioristicamente para que obtivessem solução. A proposta esquizoanalítica se difere em termos absolutos aos modelos propostos por Freud e Lacan considerando-os como sistemas reducionistas e homogeneizantes do desejo. A proposta da Clínica esquizoanalitica questiona tanto a perspectiva estruturalista lacaniana como o modelo freudiano calcado na representação do teatro familiar, principalmente pelo fato de ambos os modelos buscarem através de princípios universais a solução de todos os problemas afetivos, não considerando a multiplicidade de objetos singulares, heterogêneos uns aos outros, que se articulam em constelações funcionais não redutíveis a complexos universais.
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