PERSPECTIVAS CRÍTICO-TEÓRICAS PARA A FORMAÇÃO DO ROMANCE INGLÊS: O BILDUNGSROMAN E AS TENSÕES DE GÊNERO, RAÇA E CLASSE
DOI:
https://doi.org/10.56814/red.v1i1.1824Resumo
O objetivo central deste artigo é analisar aspectos do desenvolvimento do romance inglês, com ênfase para o Bildungsroman [Romance de Formação], por meio da combinação de perspectivas, no caso, a feminista e a pós-colonialista. Para tanto, será apresentada a trajetória do surgimento dos principais subgêneros romanescos, notadamente o contexto dos exemplares iniciais de cada um, como aqueles que emulavam a literatura de viagem, os romances sentimentais, os romances góticos, o Bildungsroman, a ficção científica, os romances históricos, os distópicos, os pós-coloniais, e os transnacionais, partindo do século XVIII ao presente. Busca-se, com este estudo panorâmico, examinar tensões de gênero, raça e classe que cada um apresenta, bem como elementos de sua forma, sobretudo no que concerne às tranformações ocorridas ao longo dos séculos que incidem diretamente sobre sua compleição, a exemplo da ascensão de uma tradição literária de autoria feminina que subverte boa parte dos paradigmas da tradição androcêntrica. Para tal empreitada, será utilizado o suporte teórico de Lúkács (2000), Maas (2000), Moretti (2003), Summerfield & Downward (2012), Leite (2015), dentre outros. Esta pesquisa mostra que o romance inglês e outros que dele derivaram, tornaram-se importantes veículos, inclusive para vozes alternativas e dissonantes e suas experiências de tentativa de revisão cultural nos mais diversos aspectos, que tem resultado em obras que apontam para a necessidade de mudança e ampliação de percepções com relação a cosmovisões dominantes.Referências
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