HERANÇA DA PEDRA, ASCENDÊNCIA DO VENTO A DINÂMICA DO MEIO TERMO NOS CONTOS DE ANÍBAL MACHADO
Resumo
Este artigo discorre sobre o tratamento que Aníbal Monteiro Machado imprime nos contos da obra A morte da porta-estandarte, Tati a garota e outras histórias. Escritor mineiro, natural de Sabará[1], Aníbal Machado foi uma figura singular na literatura brasileira. Embora tenha publicado pouco, atuou como agitador cultural relevante nas décadas de 20 a 50. Não por acaso, entre as décadas de 40 e 50, está concentrado o maior número de suas publicações, já que esse período, em virtude principalmente da crescente urbanização no sudeste brasileiro, foi emblemático em se tratando do movimento político-social contraditório; núcleo temático de seus contos. A intensa migração populacional para zonas urbanas e a sobrevida daquela população vítima da modernização conservadora no Brasil estão presentes com matizes diferenciados em todos os contos da obra.Os contrastes e contradições do país, frente ao projeto ideológico de parte da intelectualidade brasileira - que tomara consciência das massas como parte constitutiva da sociedade ao mesmo tempo em que as considerava incapazes de se desvencilhar da tutela da elite política e intelectual- são desenvolvidos esteticamente nos contos de Aníbal Machado de maneira a tensionar, em ambiguidade fundamental, a forma da escrita com a abordagem de clara influência vanguardista. Com a leitura dos contos pode-se perceber que a antítese é na verdade evidência do engajamento da forma, na medida em que apresenta por meio do embate uma espécie de impasse histórico presente na sociedade brasileira.[1] Aníbal Machado (09/12/1894 – 19/01/1964) nasceu em Sabará, MG e radicou-se na cidade do Rio de Janeiro, a partir de 1924.
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