Conhecimento geológico do material mineral uma contribuição para arqueologia: conceitos e características petrográficas

Autores

  • Thais Cristina Vargas Garrido Departamento de Mineralogia e Petrologia Ígnea - DMPI Faculdade de Geologia - FGEL Centro de Tecnologia e Ciências - CTC Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ http://orcid.org/0000-0002-6194-9004

DOI:

https://doi.org/10.56814/pecen.v7i1.1915

Resumo

Arenito, calcário, flint, mármore, granito, gnaisse e obsidiana, são pedras frequentemente mencionadas na literatura tendo sido utilizadas há milhares de anos como material para a fabricação de objetos, utensílios, ferramentas e edificações.

Este trabalho aborda a matéria-prima geológica utilizada em tempos primórdios da vida do homem primitivo, tem o objetivo de esclarecer a natureza mineral, conceitos e características petrográficas. Trata-se de artefatos líticos constituídos de rochas, minerais silicosos, e mineralóides, de estruturas cristalina, microcristalina, criptocristalina e amorfa. Esses materiais possuem natureza coesa, dureza alta (± 7, escala Mohs), grande resistência à alteração e fraturamento em lascas, assim, representaram importantes elementos para várias aplicações. São mencionados, ainda, os materiais pétreos das primeiras edificações e objetos domésticos de argila e cerâmica. Soma-se ao trabalho a caracterização dos pigmentos inorgânicos em ocres, provenientes de óxi-hidróxidos de metais observados em pinturas rupestres. Tais materiais pétreos e metálicos foram efetivamente frequentes e significativos, e representam uma oportunidade potencial de se estudar as transformações vivenciadas pelos povos primitivos.

Biografia do Autor

  • Thais Cristina Vargas Garrido, Departamento de Mineralogia e Petrologia Ígnea - DMPI Faculdade de Geologia - FGEL Centro de Tecnologia e Ciências - CTC Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

    Professor Associado

    UERJ-Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    FGEL-Faculdade de Geologia e do DMPI

    Departamento de Mineralogia e Petrologia ígnea

     

Referências

Antl-Weiser W. (2009) "The time of the Willendorf figurines and new results of paleolithic research in Lower Austria". Anthropologie. Brno, 47 (1–2): 31–141.

Aubert M. (2012) A review of rock art dating in the Kimberley, Western Australia. Journal of Archaeological Science, 39 (3): 573-577.

Blake E. (2008) Letter from South Africa: Home of the Modern Mind. Archaeology, 61(2):1. <https://archive.archaeology.org/0803/abstracts/letter.html>. Acesso em 29/11/2021.

Costa J.B. (1969) Estudo e classificação das rochas por exame macroscópico. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 196p.

Domingo I. & Chieli A. (2021) Characterizing The Pigments And Paints Of Prehistoric Artists. Archaeological and Anthropological Sciences,13(96): 1-20.

https://doi.org/10.1007/s12520-021-01397-y.

Elias M., Garay H., Chartier C.& Prévot G. 2006 The colour of ochres by composition.

Materials Science and Engineering B, 127(1): 70-80.

Faria F. (2014) O Homem Habilidoso. Ciência Hoje, 52(311): 58-59.

Giustetto R., Mancusi V.G., Barale L., Venturino M. & Compagnoni R. (2021) The Neolithic greenstone industry from Valgrana/Tetto Chiappello (Cuneo Province, Northwestern Italy); A combined archaeometric and archaeological study. Journal of Archaeological Science, Reports, (40):1-18. https://doi.org/10.1016/j.jasrep.2021.103222

Gomes H., Pierluigi R., Holakooei P., Solomon T., & Vaccaro C. (2013) Identification of

pigments used in rock art paintings in Gode Roriso-Ethiopia using Micro-Raman spectroscopy. Journal of Archaeological Science, 40 (11): 4073-4082.

Harmand S., Lewis J.E., Feibel C.S. & Lepre C.J. (2015) 3.3-million-year-old stone tools

from Lomekwi 3, West Turkana, Kenya. Nature, 521 (7552): 310–315.

DOI:10.1038/nature14464

Heirinch E.W.M. (1960) Petrografía Microscópica. Traducción Pablo Martínez Strong. Barcelona: Ed. Omega, S.A. 320pp.

Klein C., Dutrow B. (2012) Manual de Ciência dos Minerais. Tradução Rualdo Menegat. 23a ed. Porto Alegre: Bookman. 716p.

Langer J. (2001) O megalitismo na pré-história americana e brasileira. CD-ROM Software de Antropologia y Arqueologia-Notícias de Antropologia y Arqueologia, Buenos Aires, Argentina.

Larocca F. (2008) Grotta della Monaca. Una Miniera pre-protostorica di rame e ferro in Calabria. In: Congresso Nacional de Espeleologia, 20, 2007, Iglesias (It). Actas l CNS 27-30 abril, Iglesias: 2008. p. 27-30. Memória do Instituto Italiano de Espeleologia, sII, XXI, Bolonha. p. 273-280.

Moorhouse, W.W. (1959) The study of rocks in thin section. (ed.) New York: Harper & Row, 514p.

Navarro R.F. (2006) A Evolução dos Materiais. Parte1: Da Pré-história ao Início da Era Moderna. Revista Eletrônica de Materiais e Processos, 1(1):1-11.

Ochota M.A. (2016) Hidden Histories: A Spotter's Guide to the British Landscape. 1. ed.

London: Frances Lincoln. 288p.

Panchuck K. (2019) Physical Geology. Adaptado de Physical Geology, Steven Earle, 1. ed.

Saskatoon: University of Saskatchewan Textbook Project. 544p.

Pearson M.P., Bevins R., Ixer R., Pollard J., Richards C., Welham K., Chan B., Edinborough K., Hamilton D., Macphail R., Schlee D., Schwenninger J.L., Simmons E. & Smith M. (2015) Craig Rhos-y-felin: a Welsh bluestone megalith quarry for Stonehenge. Antiquity, 89(348): 1331–1352. https://doi.org/10.15184/aqy.2015.177

Pivetta M. (2011) As pedras do Sol. Revista Pesquisa Fapesp. Ed.186. p. 84-85. Disponível em: <https://revistapesquisa.fapesp.br/as-pedras-do-sol/>. Acesso em 14 de dezembro de 2021.

Pollito G. (2006) Principais Sistemas de Pinturas e Suas Patologias. Universidade Federal de

Minas Gerais, Escola de Engenharia. Dept. de Engenharia de Materiais de Construção. Belo

Horizonte. 65p.

Prous A.P. (1986) Os Artefatos Liticos, Elementos Descritivos Classificatórios. Arq. Mus.

Hist. Nat. UFMG. Belo Horizonte, 11: l-88.

Radivojević M. & Roberts B.W. (2021) Early Balkan Metallurgy: Origins, Evolution and

Society, 6200–3700 BC. Journal of World Prehistory, 34:195-278.

https://doi.org/10.1007/s10963-021-09155-7

Rosina P., Gomes H., Nash G. H. & Bekele S.T. (2014) Dating beeswax pictograms from Gode Roriso in Ethiopia. Journal of Archaeological Science, 49(1): 206- 212. DOI:10.1016/j.jas.2014.05.013

Salomon H., Vignaud C., Coquinot Y., Beck L., Stringer C., Strivay D. & D`errico F. (2012) Selection and Heating of Colouring Materials in the Mousterian Level of Es-Skhul (c. 100 000 Years BP, Mount Carmel, Israel). Archaeometry, 54(4): 698–722. https://doi.org/10.1111/j.1475-4754.2011.00649.x

Semaw, S. (2000) The World’s Oldest Stone Artefacts from Gona, Ethiopia: Their Implications for Understanding Stone Technology and Patterns of Human Evolution Between 2·6–1·5 Million Years Ago. Journal of Archaeological Science, 27 (12):1197-1214. https://doi:10.1006/jasc.1999.0592

Semaw S., Renne P., Harris J.W.K., Feibel C.S., Bernor R.L., Fesseha N., & Mowbray K. (1997) 2.5-million-year-old stone tools from Gona, Ethiopia. Nature, 385, (6614): 333-336. https://doi.org/10.1038/385333a0

Stout D., Quade J., Semaw S., Rogers M.J. & Levin N.E. (2005) Raw material selectivity of the earliest stone toolmakers at Gona, Afar, Ethiopia. Journal of Human Evolution, 48 (4): 365–380. https://doi.org/10.1016/j.jhevol.2004.10.006

Venditti F., Nunziante-Cesaro S., Parush Y., Gopher A. & Barkai R. (2019) Recycling for a purpose in the late Lower Paleolithic Levant: Use-wear and residue analyses of small sharp flint items indicate a planned and integrated subsistence behavior at Qesem Cave (Israel). Journal of Human Evolution, (131): 109-128. https:// DOI: 10.1016/j.jhevol.2019.03.016.

Williams H., Turner F.J. & Gilbert C.M. (1970) Petrografia. Tradução Ruy Ribeiro Franco. (ed.) São Paulo: Polígono, 445p.

Downloads

Publicado

31-05-2023

Edição

Seção

CIÊNCIAS DA TERRA / EARTH SCIENCES