Crenças de autoeficácia e estratégias de aprendizagem: um estudo de caso dos ingressantes no curso de Licenciatura em Física

Autores

  • Diego Marceli Rocha

DOI:

https://doi.org/10.29215/pecen.v4i0.1462

Resumo

A etapa de ingresso dos estudantes nos cursos de licenciatura é uma fase de relevante análise a respeito dos processos que gerenciam as estratégias de aprendizagem dos futuros professores. A fim de compreendermos os fatores que se relacionam com as estratégias de aprendizagem dos alunos e com seu desempenho acadêmico, é que escolhemos as crenças de autoeficácia, propostas por Albert Bandura (1986), como constructo teórico para estudarmos tais relações, logo na etapa de ingresso dos estudantes no curso de licenciatura em Física. Assim, por meio de uma pesquisa qualitativa, em um estudo de caso, realizamos entrevistas, em momentos distintos do ingresso, de três alunos do curso de licenciatura em Física do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande (CFP/UFCG). O estudo revelou um incremento no nível de autoeficácia desses estudantes na passagem do primeiro para o segundo período do curso. Esse aumento em seus níveis de autoeficácia resultou em diferentes estratégias de aprendizagem que, por sua vez, possibilitaram um melhor desempenho acadêmico nessa fase do curso de graduação.  

Palavras chave: Autoeficácia, Licenciatura em Física, desempenho acadêmico, estratégias de aprendizagem.

Referências

Azzi R.G. & Polydoro S.A.J. (2006) Auto-eficácia proposta por Albert Bandura: algumas Discussões (p. 9–24). In: Azzi R.G. & Polydoro S.A.J. (Eds) Auto-eficácia em diferentes contextos. Campinas: Alínea. 160 p.

Bandura A. (1977) Self-efficacy: toward a unifying theory of behavioral change. Psycological Review, 84(2): 191–215. https://doi.org/10.1037/0033-295X.84.2.191

Bandura A. (1986) Social foundations of thought and action: a social cognitive theory. Englewood Cliffs: Prentice hall. 617 p.

Bandura A. (1993) Perceived self-efficacy in cognitive development and functioning. Education Psychologist, 28(2): 117–148. https://doi.org/10.1207/s15326985ep2802_3

Bandura A. (1997) Self-efficacy: the exercise of control. New York: W. H. Freeman. 604 p.

Bandura A. (2001) Social Cognitive Theory: an agentic perspective. Annual Review of Psychology, 52: 01–26. https://doi.org/10.1146/annurev.psych.52.1.1

Bandura A. (2005) Evolution of social cognitive theory (p. 9–35). In: Smith K.G. & Hitt M.A. (Eds). Great minds in management: The Process of Theory Development. New York: Oxford University Press. 600 p.

Brousseau G. (1986) Fondements et méthodes de la didactique des mathématiques. Recherches em Didactique des Mathématiques, 7(2): 33–115.

Caprara G.V., Scabini E., Barbaranelli C., Pastorelli C., Regalia C. & Bandura A. (1998) Impact of Adolescents' Perceived Self-Regulatory Efficacy on Familial Communication and Antisocial Conduct. European Psychologist, 3(2): 125–132. https://doi.org/10.1027/1016-9040.3.2.125

Carberry A.R., Lee H.S. & Ohland M.W. (2010) Measuring Engineering Design Self-Efficacy. Journal of Engineering Education, 99(1): 71–79.

https://doi.org/10.1002/j.2168-9830.2010.tb01043.x

Chemers M.M., Hu L. & Garcia B.F. (2001) Academic Self-Efficacy and First-Year College Student Performance and Adjustment. Journal of Educational Psychology, 93(1): 55–64.

https://doi.org/10.1037/0022-0663.93.1.55

Custódio J.F.F. (2007) Explicando Explicações na Educação Cientifica: Domínio Cognitivo, Status Afetivo e Sentimento de Entendimento. Tese (Programa de Pós-Graduação em Educação Científica Tecnológica). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina.

Dalri J. & Mattos C.R. (2008) Aspectos Afetivo-Cognitivos na Aprendizagem e Suas Influências na Escolha da Profissão de Professor de Física: um Exemplo. In: Encontro de Pesquisa em Ensino de Física. 11. Atas[...]. Curitiba: Sociedade Brasileira de Física.

Elias S.M. & MacDonald S. (2007) Using Past Performance, Proxy Efficacy, and Academic Self-Efficacy to Predict College Performance. Journal of Applied Social Psychology, 37(11): 2518–2531. https://doi.org/10.1111/j.1559-1816.2007.00268.x

Franco B.V.E. (2019) Estudo sobre adoção de metodologias ativas para o enfrentamento da evasão no curso de Licenciatura em Física da UNIPAMPA. Dissertação (Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico em Ensino). Universidade Federal do Pampa, Bagé, Rio Grande do Sul.

Gore P.A.J. (2006) Academic Self-Efficacy as a Predictor of College Outcomes: Two Incremental Validity Studies. Journal of career assessment, 14(1): 92–115.

https://doi.org/10.1177/1069072705281367

Guerreiro D.C. (2007) Integração e autoeficácia na formação superior na percepção de ingressantes: mudanças e relações. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Educação). Universidade de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, São Paulo.

Heidemann L.A., Giongo S.L. & Moraes K.R.M. (2020) Evadir ou persistir? Uma disciplina introdutória centrada no fomento à persistência nos cursos de licenciatura em Física. Revista Brasileira de Ensino de Ciências e Matemática, 3(1): 160–188.

https://doi.org/10.5335/rbecm.v3i1.10091

Lindstrom C. & Sharma M.D. (2011) Self-Efficacy of First Year University Physics Students: Do Gender and Prior Formal Instruction in Physics Matter? International Journal of Innovation in Science and Mathematics Education, 19(2): 1–19.

Ludke M. & André M.E.D.A. (1986) Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: E.P.U. 128 p.

Lynch D.J. (2010) Motivational beliefs and learning strategies as predictors of academic performance in college physics. College Student Journal, 44(4): 920–927.

Minayo M.C.S. (2010) Técnicas de pesquisa: entrevista como técnica privilegiada de comunicação (p. 261–297). In: Minayo M.C.S. (Ed.) O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec. 406 p.

Nissen J.M. (2016) Self-Efficacy state experiences in introductory physics: with implications for gender in physics. Thesis (Department of Physics and Astronomy). The University of Maine, Orono, Maine.

Pajares F. (1992) Teachers' beliefs and educational research: cleaning up a messy construct. Review of Educational Research, 62: 307–332. https://doi.org/10.3102/00346543062003307

Pajares F. (1996) Self-efficacy Beliefs in Academic Settings. Review of Educational Research, 66(4): 543–578. https://doi.org/10.3102/00346543066004543

Pajares F. & Olaz F. (2008) Teoria Social cognitiva e auto-eficácia: uma visão geral (p. 97–114). In: Bandura A., Azzi R.G. & Polydoro S. (Orgs). Teoria Social Cognitiva: Conceitos Básicos. Porto Alegre: Artmed. 176 p.

Pietrocola M. (2005) Construção e realidade: o papel do conhecimento físico no entendimento do mundo (p. 9–32). In: Pietrocola M. (Org.). Ensino de Física: conteúdo, metodologia e epistemologia em uma concepção integradora. Florianópolis: UFSC. 236 p.

Pinheiro T.F. (2003) Sentimentos de realidade, afetividade e cognição no ensino de ciências. Tese (Programa de Pós-Graduação em Educação do Centro de Ciências da Educação). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina.

Restuboget S.L.D., Florentino A.R. & Garcia P.R.J.M. (2010) The mediating roles of career self-efficacy and career decidedness in the relationship between contextual support and persistence. Journal of Vocational Behavior, 77(2): 186–195. https://doi.org/10.1016/j.jvb.2010.06.005

Rocha D.M. (2017) Desempenho escolar na disciplina de Física: um estudo de caso sobre a relação entre as crenças de autoeficácia e o contrato didático. Tese (Programa de Pós-Graduação em Educação). Universidade de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, São Paulo.

Rocha D.M. & Ricardo E.C. (2013) As crenças de autoeficácia de professores de Física: um instrumento para aferição das crenças de autoeficácia ligadas a Física Moderna e Contemporânea. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 31(2): 333–364.

https://doi.org/10.5007/2175-7941.2014v31n2p333

Schunk D.H. (1991) Self-efficacy and academic motivation. Educational Psychologist, 26: 207–231.

Silva F.R., Barros M.A., Laburú C.E. & Santos L.C.A. (2011) Crenças de eficácia, motivação e a formação de professores de física. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 28(1): 214–228. https://doi.org/10.5007/2175-7941.2011v28n1p214

Simões B.S., Custódio J.F. & Rezende Junior M.F. (2014) Crenças de autoeficácia e a escolha da carreira de professor de Física. Latin-American Journal of Physics Education, 8(3): 503–511.

Simões B.S., Custódio J.F. & Rezende Junior M.F. (2016) Motivações de licenciandos para escolha da carreira de professor de Física. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, 16(1): 77–107.

Souza L.F.N.I. (2010) Estratégias de aprendizagem e fatores motivacionais relacionados. Educar em Revista, 36: 95–107. https://doi.org/10.1590/S0104-40602010000100008

Usher E.L. & Pajares F. (2008) Self-Efficacy for Self-Regulated Learning: A Validation Study. Educational and Psychological Measurement, 68(3): 443–463.

https://doi.org/10.1177/0013164407308475

Wood R.E. & Bandura A. (1989) Social cognitive theory of organizational management. Academy of Management Review, 14(3): 361–384. https://doi.org/10.5465/amr.1989.4279067

Zajacova A., Lynch S.M. & Espenshade T.J. (2005) Self-Efficacy, stress, andacademic sucess in college. Research in Higher Education, 46(6): 677–706. https://doi.org/10.1007/s11162-004-4139-z

Downloads

Publicado

24-07-2020

Edição

Seção

EDUCAÇÃO E ENSINO / EDUCATION AND TEACHING