Distribuição da mortalidade por cânceres ginecológicos no estado da Paraíba

Autores

  • Girleide Santos do Nascimento Universidade Federal de Campina Grande
  • Kelvyn Kennedy de Figueiredo Silva Universidade Federal de Campina Grande
  • Bruna Braga Dantas Universidade Federal de Campina Grande

DOI:

https://doi.org/10.29215/pecen.v5i0.1629

Resumo

Nas mulheres, os cânceres ginecológicos (CG) estão entre as enfermidades mais comuns, tornando-se problema de saúde mundial. Objetivou-se analisar a distribuição do perfil de mortalidade por CG em mesorregiões da Paraíba, durante o período de 1989 a 2018. Trata-se de uma abordagem ecológica, de série temporal, quantitativa e espacial. Os dados foram extraídos do atlas de mortalidade on-line do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). A média de óbitos por CG na Paraíba foi equivalente a 1145.5, com maior número de mortes na mesorregião da Mata Paraibana (2056) e no Agreste Paraibano (1358). Todas as mesorregiões apresentaram um crescimento contínuo da média de óbitos ao longo dos anos, sendo maior aumento de óbitos na Borborema (4.5x). Quanto aos tipos de CG, observou-se que a maior média de mortes foi para câncer de colo de útero (227.8) na Mata Paraibana e a menor média de mortes ocorreu na região da Borborema, para câncer de vagina (1.0). Em todas as regiões, foi mais frequente mortes por câncer de útero, seguido de útero Sem Outra Especificação (SOE), ovário, corpo do útero, outros órgãos genitais, vulva e vagina. Conclui-se que há uma crescente mortalidade por CG em toda a Paraíba, com uma heterogeneidade entre regiões e entre tipos de cânceres.  

Palavras chave: Epidemiologia, mortalidade, saúde da mulher, neoplasia por genitais femininas.

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Publicado

04-03-2021

Edição

Seção

CIÊNCIAS DA SAÚDE / HEALTH SCIENCES